A cidade é um lugar privilegiado de ação da cultura. Nele o artista contemporâneo é parte importante na reconstrução dos valores urbanos. Ele pensa a cidade como meio ambiente social e artístico e o re-configura como espaço concreto e ficcional quando dialoga diretamente com ele. O fotógrafo não só é um atento observador da cidade desde o seu nascimento, como também é um ator fundamental nas representações e identidades sociais do meio urbano. A cidade do século XXI é desafiadora para o fotógrafo contemporâneo porque é constituída de crise e superação diante das questões sociais, ambientais e artísticas.
Diante disto, propomos ao artista um contraponto com o tema “Crônicas Urbanas”: traduzir a cidade como a floresta cultural que precisa ser repensada na mesma medida que as florestas naturais e construir as imagens e histórias vividas no espaço urbano.
O ensaio fotográfico “No logo” consiste em uma pesquisa sobre outdoors espalhados pelo espaço urbano da cidade de Salvador e regiões metropolitanas, visando explorar e subverter a realidade econômica-social imposta por estes suportes comerciais, a fim de resignificá-la poeticamente, por uma mais subjetiva, simbólica. A pesquisa (mestrado) ainda em fase de andamento teve seu nome alterado para Subtraídos – uma estética do desaparecimento.
Nas imagens realizadas à luz do dia nublado, deu-se preferência aos outdoors cujas mensagens publicitárias ou estrutura física estivessem decompondo-se, desfazendo-se pelo tempo. A intenção é criar uma analogia entre estes e a efemeridade consumista dos produtos postos a venda, o estado fugaz e transitório que estas imagens (mensagens, logotipos) representam, criadas para vender um mundo belo e perfeito.
A Comissão de seleção e premiação do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foi constituída pelos seguintes profissionais:
Tadeu Chiarelli, Professor, pesquisador e curador;
Alexandre Sequeira, Professor e artista visual;
Marisa Mokarzel, Professora, pesquisadora e curadora.
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