domingo, 23 de outubro de 2011

Desconstrução e re-significação do objeto do signo: da fotografia e o Billboard art



Resumo

O artigo visa propor uma reflexão sobre o objeto do signo nas artes visuais contemporâneas, mais especificamente a relação entre a imagem fotográfica e a Billboard Art, através de uma releitura deste suporte publicitário com base na Semiótica do filósofo-lógico-matemático norte-americano, Charles Sanders Peirce (1839-1914). A imagem fotográfica é discutida como signo visual, na qual esta é portadora do processo de semiose ainda que possua um referente latente e incondicional, desobrigando-a de uma interpretação mais subjetiva, todavia sua variedade/ habilidade de se colocar como objeto estético e permeado de significados, que faz da fotografia um signo variável, multifacetado. Tais interconexões devem-se, sobretudo ao fato de a Ciência da Informação demandar uma melhor compreensão da informação no que concerne aos processos de significação. Nesse artigo busca-se identificar os pontos de convergência existentes entre a Ciência da Informação e a Semiótica tendo em vista ampliar a compreensão do fenômeno informacional na contemporaneidade através das perspectivas teóricas e práticas decorrentes dessa interação.

Orientadora: Maria Celeste de Almeida Wanner
Orientando: Péricles Mendes





quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Oficina Fotograficidade - Caixa Federal - BA




Oficina Fotograficidade visa investigar a fotografia contemporânea por meio de processo criativo tendo como base o movimento de rede, e o estabelecimento de conexões, inter-relações entre o ambiente, a cultura, a sociedade e a sua individualidade (pensamento). Nos 4 dias do evento será abordada a construção do objeto poético não mais como algo isolado, fechado por teorias científicas ou filosóficas, mas como um sistema aberto. (Cecília Salles).

Período: 11 a 14 de Outubro 2011.

Das 14:30 às 17:30h.

Caixa Cultural, Carlos Comes, SSA.

Facilitador: Péricles Mendes.



Salão Regional de Artes Visuais de Valença

Onde: Centro de Cultura Olívia Barradas

(Rua Maestro Barrinha, s/n, Graça, Valença/BA. Tel.: 75 3641-3594)

Abertura: 14 de outubro (sexta-feira), 19 horas

Visitação: 15 de outubro a 27 de novembro, 8 às 21 horas

Quanto: Gratuito

Realização: FUNCEB/ SecultBA



Subtraídos - uma estética do desaparecimento




O ensaio fotográfico de Péricles Mendes tem como referência um dos temas mais recorrentes deste século: o Outdoor e alguns de seus derivados (lightdoors e banners), que fazem parte do movimento conhecido como Culture Jamming. Trata-se de mistura de graffite, filosofia punk do faça-você-mesmo e intervenção urbana, se espalhando pela Europa e EUA dando início a um Robin-hoodismo semiótico. A partir da intervenção de artistas nesse meio, o Billboard Art (Outdoor Arte) pode ser definido como o uso do outdoor com fins meramente artísticos, apropriado e desassociado da sua função, para “parodiar”, utilizando-se dos anúncios do próprio meio.



A interferência visual dos outdoors na paisagem urbana e rural, em torno das autoestradas e vias urbanas, são evidentes e funcionam como extensões/ampliações de uma rede de supermercado que leva o anúncio ao consumidor transeunte durante o seu trajeto por estas vias saturadas de imagens e apelos. Em tempos de crise econômica, os meios de comunicação aprimoram as qualidades de sensação dos seus comerciais para seduzir o público. As empresas com a contribuição de designers reelaboraram os sinais de comunicação para atender a demanda de anunciantes na era da informação e da imagem e passaram a assimilar em seus outdoors essa nova percepção da “paisagem em movimento”, criando o conceito de que os vidros dos carros são similares a uma tela de tevê, onde tudo passa em fração de segundos.


Todavia, o tema não ofusca a qualidade da série de fotografias expostas, visto que o que aparece de imediato são imagens bucólicas de Paisagens, em que a luz é convidativa para maior contemplação. E nela nos perdemos, muitas vezes sem saber o que estamos vendo. Se por um lado o artista nos convida a um olhar distante, por outro lado, depois de identificarmos o outdoor nesse cenário, percebemos o quanto ele é um “intruso” no espaço. Alguns já apagados, quebrados, outros sem a propaganda comercial, apenas com sua estrutura.

É, portanto, através de entrelaçamento que Péricles comunica sua repulsa pelo abuso desses meios que poluem a cidade, as estradas, o campo.

Maria Celeste de Almeida Wanner [Orientadora]











Diário Contemporâneo - PA




A cidade é um lugar privilegiado de ação da cultura. Nele o artista contemporâneo é parte importante na reconstrução dos valores urbanos. Ele pensa a cidade como meio ambiente social e artístico e o re-configura como espaço concreto e ficcional quando dialoga diretamente com ele. O fotógrafo não só é um atento observador da cidade desde o seu nascimento, como também é um ator fundamental nas representações e identidades sociais do meio urbano. A cidade do século XXI é desafiadora para o fotógrafo contemporâneo porque é constituída de crise e superação diante das questões sociais, ambientais e artísticas.

Diante disto, propomos ao artista um contraponto com o tema “Crônicas Urbanas”: traduzir a cidade como a floresta cultural que precisa ser repensada na mesma medida que as florestas naturais e construir as imagens e histórias vividas no espaço urbano.


O ensaio fotográfico “No logo” consiste em uma pesquisa sobre outdoors espalhados pelo espaço urbano da cidade de Salvador e regiões metropolitanas, visando explorar e subverter a realidade econômica-social imposta por estes suportes comerciais, a fim de resignificá-la poeticamente, por uma mais subjetiva, simbólica. A pesquisa (mestrado) ainda em fase de andamento teve seu nome alterado para Subtraídos – uma estética do desaparecimento.

Nas imagens realizadas à luz do dia nublado, deu-se preferência aos outdoors cujas mensagens publicitárias ou estrutura física estivessem decompondo-se, desfazendo-se pelo tempo. A intenção é criar uma analogia entre estes e a efemeridade consumista dos produtos postos a venda, o estado fugaz e transitório que estas imagens (mensagens, logotipos) representam, criadas para vender um mundo belo e perfeito.


A Comissão de seleção e premiação do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foi constituída pelos seguintes profissionais:


Tadeu Chiarelli, Professor, pesquisador e curador;

Alexandre Sequeira, Professor e artista visual;


Marisa Mokarzel, Professora, pesquisadora e curadora.