Apresentação
Mar de alma é um ensaio fotográfico documental que retrata o cotidiano da marina do bairro de Itapuã, Salvador. Visa valorizar a estética do espaço da orla de itapuã, seus personagens e as atividades relacionadas ao mar, através de imagens fotográficas realizadas no período de março a setembro de 2006. “Mar de alma” sustenta-se num discurso visual onde a imagem romântica é focada pela cor e contexto de seus personagens.
A justificativa do ensaio “Mar de alma” dar-se pela importância em se valorizar e preservar a cultura e memória popular do bairro de Itapuã, mais precisamente ao universo pesqueiro. Vale ressaltar que a pesca, uma atividade secular que proporciona sentimentos bucólicos e nostálgicos, guarda sua essência ancestral, essa mesma essência que inspirou artistas como Calasans Neto, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Pierre Verger, entre outros e ainda perdura como fonte de matéria-prima de valor inestimável.
O bairro de Itapuã possui uma colônia de pesca próxima à escultura da Sereia de Itapuã, com aproximadamente 2.800 pescadores cadastrados, que fazem da pesca uma atividade que alia profissão e lazer. Próximo ao farol de Itapuã está à segunda colônia, abrigando a cooperativa de pescadores.
Na década de 70, o bairro era um dos principais pontos de exploração da pesca baleeira no estado, deixando resquícios desta prática até hoje nas suas praias (ossos) e na sua arquitetura; pois algumas casas foram construídas a partir do óleo extraído da baleia. A influência do mar começa pelo próprio nome do bairro que em tupi-guarani significa “pedra que ronca”. Sempre que a maré se encontra vazante, a pedra, localizada numa bancada de recife, ronca. Os pescadores, perpetuando um ritual antigo, saúdam e pedem proteção à pedra quando partem em alto-mar. Até hoje é possível ver a lida dos pescadores ao nascer do sol e nos fins de tarde, todos os dias.
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